Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

o largo.

o mundo num beco. a rádio num coreto. a cultura num blogue. Notícias sobre música, entretenimento, artes, rádio.

09.07.25

Lisboa e Porto são das cidades mais "LGBTI+ friendly" do mundo

Capital portuguesa lidera top mundial


por Bruno Micael Fernandes

andreonegin/Envato Elements

Segurança, vida noturna e políticas inclusivas. Estes foram os três fatores que fizeram com Lisboa e o Porto fossem eleitas como as cidades mais "LGBTI+ friendly" pela plataforma Big 7 Travel

Numa nota enviada às redações esta quarta-feira, a Plataforma Portugal Pride indica que o ranking foi lançado em junho passado e que a capital portuguesa e a cidade "Invicta" ultrapassaram cidades como Madrid, Londres ou Amesterdão: "Este reconhecimento internacional é visto como fruto de uma aposta estratégica de longo prazo de Portugal no turismo LGBTI+, iniciada em 2017", frisa a entidade. 

Para o coordenador da Portugal Pride Diogo Vieira da Silva, o progresso português deve-se em grande parte a privados e à sociedade civil, "que preencheram uma lacuna nas entidades oficiais. Até hoje, as agências nacionais e regionais de promoção turística não têm equipas dedicadas ao segmento LGBTI+, ao contrário de outros mercados", critica. 

Apesar destes entraves, a verdade é que o país é o único a figurar no top 10 da Big 7 Travel com duas cidades. A "Invicta" ocupa o terceiro lugar do top e é descrita como tendo "uma sensação de inclusão e aceitação, independentemente on se vá", destacando a rua das Galerias de Paris como um dos pontos LGBTI+ principais. Já Lisboa é a líder e é descrita como "pioneira no desenvolvimento de uma comunidade segura, solidária e divertida para pessoas queer". A Big 7 Travel diz mesmo que todo o país é "LGBTI+ friendly", quando reforça que Portugal "despenalizou a homossexualidade em 1982 e foi o oitavo país do mundo a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo em 2010". 

Para Silva, esta visão sobre o país é fruto da estratégia de aposta na promoção de Portugal como um destino inclusivo, algo que deve continuar com a nova Estratégia de Turismo 2035, um documento que deverá ser apresentado ainda este ano, lembrando que o país "foi dos primeiros países do mundo a promover-se internacionalmente como destino LGBTI+". Caso a promoção não continue com a nova Estratégia, para o consultor,  será algo "preocupante": "Os retornos económicos deste segmento são evidentes e a sua ausência numa estratégia só se explicaria por motivos ideológicos, não por falta de valor económico".

A perspetiva de Silva é sustentada por dados do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (ou "World Travel & Tourism Council", em inglês), que indica que o turismo LGBTI+ já representa mais de 200 mil milhões de dólares (cerca de 170,6 mil milhões de euros). Por seu turno, a Organização Mundial de Turismo estima mesmo que entre 5 a 10% de todos os turistas a nível mundial são do segmento LGBTI+, sendo que são consumidores que viajam com maior frequência e gastem mais que outros segmentos. 

Além de Lisboa (1.º lugar) e Porto (3.º), Dublin, na Irelanda, ocupa a segunda posição do top. Londres (Reino Unido), Madrid (Espanha), Berlim (Alemanha), Amesterdão (Países Baixos), São Francisco (Estados Unidos da América), Toronto (Canadá) e Sidney (Austrália) completam o top 10.