Tudo terá começado em Fevereiro de 2021, quando o jovem ativista de nome Gilson da Silva Moreira, mais conhecido por Tanaice Neutro, ficou detido por alegadamente ter pronunciado insultos nas redes sociais contra o atual presidente de Angola João Lourenço. Tais insultos incluíam palavras como “bandido” e “palhaço”.
Por causa disso, Tanaice foi condenado a uma pena suspensa de um ano e três meses, num veredito que ficou conhecido em outubro de 2022. Contudo, a pensa devia ser suspensa (fora da cadeia), mesmo que alegadamente se tratasse da prática dum crime de ultraje ao Estado e aos seus símbolos e órgãos.
Na altura, o Ministério Público recorreu da sentença, enquanto o advogado de defesa do ativista dizia ter ficado feliz com a pena suspensa, embora tenha lamentado o tempo que aquele já tinha passado na prisão.
Uma das justificativas invocadas para que Tenaice Neutro ficasse fora da prisão teria sido o seu estado debilitado de saúde e por ser um preso primário (primeira vez detido), mas tal decisão do tribunal jamais foi cumprida. Assim, desde a sua detenção em 2021, o ativista permanece na cadeia e a sua situação de saúde continua a degradar-se.
Foi por isso que a Rede de Defensores de Direitos Humanos da África Austral, repudiou, por via do seu Presidente, Adriano Nuvunga, a detenção ilegal do ativista Angola. No vídeo publicado a 5 de junho, é emitido um grito de socorro para a libertação de Tanaice Neutro:
São várias as denúncias contra a detenção do ativista angolano:
A Amnistia Internacional Portugal aproveitou a visita do primeiro-ministro António Costa a Angola, realizada entre 5 e 7 de junho, para alertar sobre o caso:
Relatos de organizações de defesa de direitos humanos referem que o estado de saúde de Tenaice Neutro piorou, razão pela qual crescem os apelos para que este seja libertado, por forma a obter os cuidados necessários fora da prisão.