Jornalista iraniana presa no aeroporto e colocada na cadeia de Evin sem detalhes de acusação

Detenção acontece durante os prorestos contra o regime iraniano.
Jornalista iraniana presa no aeroporto e colocada na cadeia de Evin sem detalhes de acusação
Craig Melville/Unsplash
Este artigo foi publicado há, pelo menos, 2 anos, pelo que o seu conteúdo pode estar desatualizado.

Este artigo é uma tradução para português de Portugal dum artigo em inglês da RFE/RL.


A jornalista iraniana Nasim Soltanbeigi foi detida no aeroporto internacional de Teerão e transferida para a prisão de Evin sem lhe serem dadas informações detalhadas sobre as acusações que enfrenta.

A mãe de Soltanbeigi Iran Jalali referiu num tuíte no passado dia 12 de janeiro que a sua filha lhe tinha dito num breve chamada telefónica que as forças de segurança a tinha transferido para a solitária. Ela não tem quaisquer novidades sobre as acusações ou sobre a razão para a detenção.

Soltanbeigi foi uma ativista estudantil nos anos 2000 e tem trabalhado como jornalista para várias publicações iranianas nos últimos anos.

Já antes, ela tinha sido detida devido a ações ativistas: em 2006, Soltanbeigi foi detida durante oito dias por participar num protesto “Women for Change” e um tribunal condenou-a a uma pena suspensa de cinco anos. Foi colocada em liberdade condicional durante dois anos e foi informada de que a sua sentença seria anulada, se não violasse os termos da sua liberdade condicional.

Um ano depois, foi novamente detida juntamente com alguns ativistas estudantis de esquerda e foi condenada a um total de seis anos de prisão por “agir contra a segurança nacional” e “propaganda contra a República Islâmica”. Foi finalmente libertada em 2014.

A nova detenção acontece no meio de protestos nacionais, com um mês de duração, pela morte de Mahsa Amini, de 22 anos, um movimento marcado por demonstrações sem precedentes de rebeldia por parte de mulheres e estudantes no que parece ser a maior ameaça ao governo islâmico desde a revolução de 1979.

Amini, 22 anos, morreu no passado dia 16 de setembro, poucos dias depois de ter sido detida pela famosa polícia moral de Teerão por, alegadamente, violar o rigoroso código de vestuário feminino do país. As autoridades atribuíram a causa da morte a “doenças subjacentes”, mas apoiantes e familiares dizem que Amini foi espancada enquanto estava detida.

De acordo com a Associação de Jornalistas de Teerão, pelo menos setenta jornalistas iranianos foram presos desde o início dos protestos.

Numa nota no passado dia 11 de janeiro, a associação afirmou que vários dos jornalistas presos foram postos em liberdade sob fiança, enquanto trinta jornalistas ainda se encontram na prisão.

Os protestos fizeram mais de quinhentos mortos e milhares foram detidos, segundo grupos de direitos humanos. Apesar dos avisos do governo de que a repressão se intensificará, os iranianos continuam a ir para a rua.

Vários milhares foram presos desde a morte de Amini, incluindo muitos manifestantes, advogados, ativistas e defensores dos direitos digitais.

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