A universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real, já agraciou a pintora Graça Morais como Doutora Honoris Causa. A cerimónia decorreu esta quartas-feira na Aula Magna da instituição transmontana.
“Hoje é a celebração da vida, da sabedoria e da arte”
Dizendo que queria que esta cerimónia fosse “uma festa”, Morais acabou por dizer que a “evolução se dá pelo saber”. E vai mais longe: “Quanto mais cultas as pessoas forem, melhor podem decidir. Devemos ter consciência do mundo em que vivemos”, sublinha.
Num discurso bem-disposto, acabou por abordar o desenvolvimento da região transmontana e da própria cidade de Vila Real: “Era bom que os presidentes da câmara trabalhassem para o bem desta região”, diz. E agradecendo a distinção, acabou por desafiar o reitor da universidade Emídio Gomes: “Este campus dá muitas pinturas”.
Falando dos apoios aos artistas que já não estão no ativo, apelou ao primeiro-ministro António Costa, que esteve presente na cerimónia para “apoiar os artistas na velhice. Não se pode apoiar com uma reforma de seiscentos euros por mês”.
“Agora sou doutora por extenso, mas serei sempre pintora”, concluiu.
Numa mensagem em vídeo, Marcelo Repelo de Sousa diz que “desde cedo” que admira o trabalho da artista plástica: “Teve várias fases, mas foi sempre a mesma Graça Morais”. O Presidente da República considerou ainda que a pintora “honra Portugal, prestigia cá dentro e lá fora”.
Graça Morais é a segunda mulher e a décima terceira a ser agraciada com o grau de Doutora Honoris Causa pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, depois de Agustina Bessa-Luís, em 2018. Nascida na aldeia do Vieiro, Vila Flor, em 1948, Graça Morais tem uma carreira artística com mais de cinquenta anos, com representação em múltiplas coleções privadas e publicas e intervenção em múltiplas obras públicas nacionais e internacionais. Em 2021, foi homenageada na Nouvelle Sorbonne, em Paris, França. com uma jornada estudos sobre a sua obra.