Mátria – do Reino Maravilhoso para a Invicta

Ópera inspirada na obra de Miguel Torga chega ao Coliseu Porto Ageas no dia 4 de março de 2022.
Ópera Mátria
Divulgação
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A temporada lírica e sinfónica 2022 do Coliseu Porto Ageas inaugura com a Ópera Mátria, sexta-feira, 4 de março, às 21h00.

Com libreto original de Eduarda Freitas, a partir dos “Contos” e “Novos Contos da Montanha” de Miguel Torga, sete solistas profissionais, um coro da comunidade, um coro profissional, e uma orquestra dão vida a esta história atual sobre a sociedade que fomos e continuamos a ser.

Apesar das obras serem da década de 40, a Mátria é uma história atual. “A Mátria retrata a sociedade que fomos e que continuamos a ser, apesar de já se terem passado cerca de 80 anos desde que foram escritos os Contos onde fui retirar os personagens”, conta Eduarda Freitas. Mesmo sendo fruto da ficção, “as personagens assemelham-se tantas vezes a cada um de nós”, explica a autora.

Os figurinos criados por Cláudia Ribeiro e os jogos de luzes concebidos por Pedro Pires Cabral completam a encenação, criada por Ángel Fragua. Com direção musical de Jan Wierzba, a música original foi composta por Fernando C. Lapa.

“Partimos da ideia de criar uma ópera sem cenografia, já que ia trazer outro tipo de custos que eram difíceis de suportar. E, particularmente, agrada-me criar a partir da simplicidade, ou encontrar simplicidade no que aparentemente pode ser complicado”, refere o encenador Ángel Fragua, que, pela primeira vez, encenou uma ópera.  Para criar este “cenário vivo”, os figurinos criados por Cláudia Ribeiro foram fundamentais, assim como o jogo de luzes, concebido por Pedro Pires Cabral. O coro assumiu o papel de várias personagens como a montanha, o rebanho de ovelhas e a vinha onde se faz a apanha da uva. No fundo, todos os elementos que representam o “Reino maravilhoso”: árvores, montanhas, rochas e animais.

Para o compositor Fernando C.Lapa, escrever a Mátria foi um enorme desafio: “O maior desafio ao escrever a Mátria foi, ainda, o desafio de sempre para mim: conseguir alguma maneira de fazer com que um projeto deste tipo possa ser de muita gente. Que possa ser entendido por  muitos, partilhado, participado, seguido. Que ele possa ajudar a dizer que a música dita clássica ou erudita não é privilégio de alguns. Que possa ser para todos.” Para o diretor musical, Jan Wierzba, a Mátria é um exemplo de perseverança. “Espero que este exemplo de coragem e amor por esta forma artística seja reconhecida pelo público, pelo governo, tanto central como autárquico, bem como pelos programadores culturais enquanto um exemplo de necessidade de aposta futura em projetos deste género. A Mátria transporta-nos para lugares comuns. É de todos. Dos que estão em palco ou fora dele, dos que escrevem, compõem, interpretam e fazem acontecer, mas também dos que a ouvem e vêem. Que aconteça muitas vezes, e que plante sementes para muito mais, no futuro. 

Mátria foi criada em Trás-os-Montes e, na estreia – em dezembro de 2021 – esgotou os três espetáculos no Grande Auditório do Teatro de Vila Real e, no passado dia 20 de fevereiro, esgotou a récita no Teatro Municipal de Bragança.

Mátria tem o Alto Patrocínio da Presidência da República.

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